"O que é ser “mulher”? O que é ser “homem”?
Sexo biológico, vestimenta, cultura, família, jeito de andar e falar, atitudes, afetividade…
O que determina o gênero? Existem apenas dois, masculino e feminino?
Como utilizamos nosso repertório para compor identidades, expressões e performances de gênero?
Laerte Coutinho, tanto por sua vivência pessoal, quanto por seu trabalho como cartunista, nos apresenta essas e outras questões. De maneira singular, Laerte põe em cheque as normas que nos são impostas e a que todxs estamos submetidxs.
Seu depoimento denuncia a naturalização de uma pseudo linearidade entre sexo, gênero, desejo e praticas sexuais, e nos convida a refletir sobre as múltiplas possibilidades de ser.
Laerte Coutinho além de tornar visível aos nossos olhos as questões relativas à sexualidade e gênero por meio de seus cartoons, também o faz por meio de suas práticas, sua experiência. Por nos mostrar que a Laerte cartunista é a mesma que vai ao mercado, ao médico e trabalha. E que talvez seja necessário experimentar ser incoerentes e incongruentes ao olhar de um pensamento arbitrário e linear de sexo, identidade de gênero e orientação sexual, para, então, possibilitar a destruição de tabus que impedem o avanço do próprio corpo. E que nos libertem de um arranjo arbitrário de genitalização dos corpos, e possamos assim conquistar novos territórios.